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A declaração tecnoprogressista
Os tecnoprogressistas querem um futuro melhor, para todos.
Uma reunião de representantes do tecnoprogressismo de vários países teve lugar em Paris no ano de 2014. Assim, a AFT Technoprog, a Zero State/Social Futurism, os London Futurists e a IEET elaboraram um texto de princípios comuns, que pode ler de seguida.
Os tecnoprogressista querem um futuro melhor
O mundo é – de forma inaceitável – perigoso e desigual. As tecnologias emergentes poderiam o tornar muito melhor ou muito pior. Infelizmente, demasiadamente poucas pessoas compreendem hoje a dimensão das ameaças ou dos benefícios que a humanidade tem que enfrentar. É tempo para os tecnoprogressista, os transhumanistas e os futuristas de reforçar o seu envolvimento politico para tentarem influenciar o decorrer dos acontecimentos.
O centro do nosso envolvimento estipula que o progresso tecnológico e a democracia são pré-requisitos necessários para emancipar a humanidade e a libertar dos seus constrangimentos. Reconhecendo-nos nas promessas do século das Luzes, temos muitos homólogos noutros movimentos que promovem a liberdade e a justiça social. Devemos construir ligações de solidariedade com esses movimentos, mesmo se nos concentramos nas possibilidades radicais que nos proporcionam as tecnologias, tema que eles metem muitas vezes de lado. Na companhia dos nossos pares futuristas ou transhumanistas, devemos intervir para assegurar-nos que as tecnologias estão bem enquadradas e regulamentadas, ao mesmo tempo que são postas à disposição de todos num estado de direito. As tecnologias podem aumentar as desigualdades e os perigos nas próximas décadas, no entanto se forem enquadradas e democratizadas, podem permitir vidas muito mais compridas com saúde para um numero cada vez maior de pessoas, aumentado desta forma a segurança e a estabilidade da civilização.
Partindo do nosso compromisso comum em preservar a autodeterminação de cada um, podemos desenvolver ligações de solidariedade com:
- Organizações de defesa dos trabalhadores e dos desempregados, devido às transformações do mundo do trabalho e da economia pela inovação tecnológica;
- Movimentos dos direitos ligados à procriação: contraceção, IVG, reprodução artificial ou assistida e escolha do genoma;
- Os movimentos em favor de uma reforma das leis sobre as substancias psicoativas e promovendo a liberdade cognitiva;
- Os movimentos de defesa das pessoas com deficiência, para uma acesso às tecnologias de assistência e cuidado.
- As minorias sexuais, com o direito à autodeterminação do corpo;
- Os movimentos para os direitos numéricos defendendo as novas liberdades, os seus meios de expressão e a sua organização
Apelamos para um aumento significativo da despesa publica para a pesquisa de terapias contra o envelhecimento, a par de um acesso universal a estas terapias já que elas tem por objetivo permitir a toda a gente ter uma vida mais longa e de boa saúde. Pensamos que não existe nenhuma diferença entre “terapia” e “aumento”. Uma reforma da regulamentação dos medicamentos e dos implantes melhorativos é portanto necessária para acelerar a sua aceitação.
Enquanto que a inteligência artificial, a robótica e outras tecnologias destroem de maneira crescente mais emprego do que criam, e que as pessoas de idade vivem mais tempo, temos que nos juntar ao apelo de uma reforma em profundidade do sistema económico. Todo o individuo deveria ser libertado da necessidade de sofrer a alienação de um trabalho imposto. Cada ser humano deveria usufruir de um rendimento de cidadania, de cuidados médicos tal como um acesso vitalício à educação e formação.
Também devemos nos juntar às ações em favor da extensão dos direitos fundamentais para todos os indivíduos, sejam humanos ou não.
Devemo-nos associar-nos com os movimentos que trabalham para reduzir os riscos existenciais, os informar sobre as novas ameaças que tem dificuldades em tomar a sério e propor soluções sobre a forma como as tecnologias emergentes poderiam ajudar em minimizar estes riscos. Uma cooperação transnacional pode nos permitir enfrentar as ameaças que teremos pela frente, que sejam de origem natural ou humana.
É tempo para os tecnoprogressista de avançar e de trabalhar em comum para um futuro melhor.
Paris novembro 2014