Riscos
Para se tirar o melhor partido das tecnologias ligadas ao transhumanismo, é preciso estarmos conscientes dos seus riscos, para os antecipar e os evitar.
Toda a tecnologia possui a sua parte de vantagens e de riscos: o fogo pode ajudar a cozinhar os alimentos, mas também pode provocar um incendio. As tecnologias do futuro não escapam à regra. Para se tirar o melhor partido destas tecnologias, convêm estudar e antecipar os riscos para se evitar consequências não desejadas.
Existe em primeiro um risco ligado ao mau uso destas tecnologias: à medida que vamos ficando cada vez mais “conectados”, é cada vez mais fácil sermos espiados e sermos atingidos na nossa vida privada. No caso das tecnologias de aumento (próteses, implantes…), é mesmo plausível sermos controlados ou influenciados à distância. É, portanto, essencial de “apoderarmos” estas tecnologias, para não sermos totalmente vulneráveis face às multinacionais ou governos autoritários.
Mas também existe um risco da perda de controlo: o que se passaria se fossemos ultrapassados pela nossa tecnologia? Aqui falamos de riscos existenciais: riscos que podem comprometer a sobrevivência da Humanidade.
Cada mais falamos dos riscos da inteligência artificial (IA): se uma IA atinge um grau de inteligência comparável à de um ser humano, ela será capaz de se melhorar a si própria. Existe, portanto, um risco de “explosão de inteligência” e da perda de controlo. Podemos nos perguntar: como fazer para que os progressos da IA continuem a ser benéficos para a Humanidade? É uma das preocupações maiores do muito transhumanista Future of Humanity Institute de Oxford.
Ao contrário do que é muitas vezes sugerido, ser transhumanista não implica sermos cegamente otimistas frente às inovações tecnológicas. O medo nunca deve levar a fechar portas: de outra forma, ainda estaríamos nas cavernas a caçar com lanças de madeira! Por outro lado, não podemos nos mentir, temos de estar plenamente conscientes dos riscos se quisermos evitar os problemas e beneficiar destas tecnologias.
